“Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para
que veja”
Esta é uma pequena oração que o
profeta Eliseu fez quando viu que o seu jovem seminarista, que o acompanhava e
o servia, reagiu apavorado ao ver que a pequena vila de Dotã, onde moravam,
estava cercada por um exército inteiro de soldados da Síria, que vieram prender
o profeta. Eliseu então, para acalmar seu discípulo, ora para que o Senhor lhe
abra os olhos para que veja. Ao terminar de olhar, uma realidade espiritual
ignorada pelo jovem torna-se visível. “O
Senhor lhe abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de
cavalos e carros de fogo, ao redor de Eliseu” (2 Rs 6.17).
C. S. Lewis afirma que cometemos dois
erros quando lidamos com a questão do diabo: Primeiro, damos ênfase demais, e
passamos a viver assombrados e demonizando todas as coisas; Segundo, negamos e
ignoramos sua realidade, e nos tornamos presas fáceis de sua ação. Paulo
afirma: “Não lhe ignoramos seus
desígnios”. Não podemos ignorar o mal.
A vida de Jesus era uma vida na qual
natural e sobrenatural estavam sempre se tocando. Quando ele nasce, no ambiente
simples da estrebaria, eis uma criança frágil; nas esferas celestiais, anjos
estão se manifestando. Um dia, adverte Pedro sobre a investida do diabo: “Satanás
te requereu para te peneirar, mas eu roguei ao Pai para que não
desfaleças”. Jesus tem uma visão aguçada
da realidade histórica, e uma visão profunda das realidades espirituais. Seus
olhos vêem o invisível.
Na
sua tentação que durou 40 dias, afirma o evangelista Marcos: “ Estava com as
feras, mas os anjos o serviam”. Natural e sobrenatural interagem; o aqui e
agora é mesclado pela realidade transcendental. O material e o espiritual se
encontram.
Alguém
afirmou: “Não quero ver o diabo em todos os lugares, mas quero vê-lo onde ele
está”. Nada de ficar obcecado pelo místico e transcendente, isto nos transforma
em seres esotéricos; e nem devemos ser ignorantes em relação às realidades
espirituais. Isto nos torna secularizados.
Por isto a oração de Eliseu é mais que
oportuna. Esta é uma oração que também precisamos fazer: “Senhor, peço-te que abras os (meus) olhos para que veja”
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