quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Vendo o invisível.


 

Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja

 

Esta é uma pequena oração que o profeta Eliseu fez quando viu que o seu jovem seminarista, que o acompanhava e o servia, reagiu apavorado ao ver que a pequena vila de Dotã, onde moravam, estava cercada por um exército inteiro de soldados da Síria, que vieram prender o profeta. Eliseu então, para acalmar seu discípulo, ora para que o Senhor lhe abra os olhos para que veja. Ao terminar de olhar, uma realidade espiritual ignorada pelo jovem torna-se visível. “O Senhor lhe abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, ao redor de Eliseu” (2 Rs 6.17).

C. S. Lewis afirma que cometemos dois erros quando lidamos com a questão do diabo: Primeiro, damos ênfase demais, e passamos a viver assombrados e demonizando todas as coisas; Segundo, negamos e ignoramos sua realidade, e nos tornamos presas fáceis de sua ação. Paulo afirma: “Não lhe ignoramos seus desígnios”. Não podemos ignorar o mal.

A vida de Jesus era uma vida na qual natural e sobrenatural estavam sempre se tocando. Quando ele nasce, no ambiente simples da estrebaria, eis uma criança frágil; nas esferas celestiais, anjos estão se manifestando. Um dia, adverte Pedro sobre a investida do diabo: “Satanás te requereu para te peneirar, mas eu roguei ao Pai para que não desfaleças”.  Jesus tem uma visão aguçada da realidade histórica, e uma visão profunda das realidades espirituais. Seus olhos vêem o invisível.

Na sua tentação que durou 40 dias, afirma o evangelista Marcos: “ Estava com as feras, mas os anjos o serviam”. Natural e sobrenatural interagem; o aqui e agora é mesclado pela realidade transcendental. O material e o espiritual se encontram.

Alguém afirmou: “Não quero ver o diabo em todos os lugares, mas quero vê-lo onde ele está”. Nada de ficar obcecado pelo místico e transcendente, isto nos transforma em seres esotéricos; e nem devemos ser ignorantes em relação às realidades espirituais. Isto nos torna secularizados.

Por isto a oração de Eliseu é mais que oportuna. Esta é uma oração que também precisamos fazer: “Senhor, peço-te que abras os (meus) olhos para que veja

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