“Ai dos que... dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece?” (Is
29.15)
É muito comum encontrar pessoas que
não sentem necessidade de Deus, e que acham que as realidades espirituais não
fazem diferença nem para o bem, nem para o mal. Tais pessoas não são, na sua
essência, atéias. Podem ser melhor definidas como agnósticas: podem até crer na
existência de Deus, mas não acham que Deus interage com a história nem a afeta
a vida dos homens. São estes que dizem: “Quem
nos vê? Quem nos conhece?” (Is 29.15); A Bíblia diz: “O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as
suas cogitações” (Sl 10.4); e ainda, “como
sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?” (Sl 73.11). Por razões até
mesmo de coerência intelectual, tais pessoas não precisam de Deus.
Mas não são apenas os ateus que
acreditam que não precisam de Deus. Existem também aqueles que, professando fé
em Deus, vivem como se não precisassem de Deus. São ateus na prática. Constroem
sua vida à margem de Deus, perdem a piedade, a capacidade de se submeter a
Deus, de se render, de orar e buscá-lo. A falta de oração na nossa vida demonstra
que não precisamos de Deus.
A Bíblia fala de uma igreja inteira
que viveu desta forma. Esta igreja cristã de fato existiu, e quem faz o diagnóstico
dela é o próprio Senhor Jesus: “Estou
rica e abastada, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz,
sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3.17). Esta comunidade possuía uma
doutrina correta, não tinha escândalos morais como a igreja de Tiatira que
tinha uma pseudo profetisa praticando prostituição, mas era morna, indiferente,
apática e sem paixão. Jesus recomenda que esta igreja percebesse o seu fracasso
espiritual.
Se você acha que não precisa de Deus,
sua situação é pior do que você imagina. Você é como doente terminal que acha
que não precisa de remédio, o viciado que acha que não precisa de ajuda, o
alcoólatra que nega sua condição de dependência. Quem sabe que precisa
realmente de Deus, é capaz de se angustiar com sua situação, de se arrepender
de sua miséria, de gritar por socorro celestial. Por isto é que afirmamos que a
justiça própria é o inimigo número 1 do evangelho. Ela nos faz pensar que não
precisamos da justiça de Cristo conquistada na cruz.
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