segunda-feira, 30 de maio de 2022

Crescimento Espiritual 1 Pe 2.1-5

 




Introdução


Depois de ter compartilhado a base da fé com aqueles irmãos em grande tribulação, o apóstolo Pedro lhes chama a atenção sobre a necessidade de crescerem na fé. Crentes precisam reconhecer a necessidade de serem fortes para confrontar situações difíceis. Pedro chama isto de “Crescimento para salvação” (1 Pe 2.2).  No texto ele estabelece os passos que devem ser dados, os privilégios e pressões advindas desta condição espiritual. 


O início da vida cristã


A Bíblia fala de quatro realidades que fazem brotar nossa vida com Jesus.


1. O contacto com a Palavra de DeusFostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a Palavra de Deus.” (1 Pe 1.23)

Pedro usa a metáfora da semente. Esta figura é significativa, porque podemos refletir sobre o poder da semente no ciclo da natureza. Jesus afirma que ““O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente (…) crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa.” (Mc 4.26–29). Uma vez feito o plantio, o lavrador simplesmente acorda um dia e descobre que suas sementes cresceram e amadureceram. a semente brota, cresce o caule, forma-se a espiga e depois está pronta para a colheita. É o milagre da semente.

A Natureza da semente

Santificadora – (1 Pe 1.22)

Não corruptível – (1 Pe 1.23)

Permanente e eterna – (1 Pe 1.23,25) Contraste com a erva que facilmente se seca e morre. A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente.


2. O Encontro com Jesus – “Nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição.” (1 Pe 1.3; Jo 3.3-5)

Não precisamos de reforma, mas de uma nova genética

A obra do Espírito Santo


3. A participação da natureza divina – "Pelas quais vos tem sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupçã das paixões que há no mundo."(2 Pe 1.4)


A transmissão da vida de Deus

A vida de Deus em nós: Morremos e ressuscitamos com Cristo (Rm 6.4-6) 


4. O Reconhecimento do povo de Deus -  "Tendo em vista o amor fraternal, não fingido, amai-vos de coração, uns aos outros, ardentemente."(1 Pe1.22)


Chamados para viver em família

Chamados para viver em amor. A família como lugar que se torna visível o amor de Deus 


Tomando os passos certos para o crescimento espiritual


1. Rejeitar o velho padrão moral. "Despojando-vos, portanto, de toda malícia..." (1 Pe 2.1)


A. Rejeição da maldade Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo.”(grego kakia: malícia)


Diagnosticar e se arrepender do desejo de prejudicar

Desenvolver a atitude de ajudar (bondade)


B. Rejeição do dolo – Enganar conscientemente para alcançar fins próprios. Os motivos são sempre adulterados, nunca puros.


Identificar o desejo de enganar, fraudar

Começar o caminho da honestidade – Zaqueu: "Resolvo dar…restituir “( Lc 19.8)


C. Rejeição da hipocrisia – Alguém que está sempre simulando, ocultando os verdadeiros motivos, expressando sentimentos muito distantes do que ocorre no interior. Aquele que está sempre encenando.


Admitir o desejo de esconder – (Ex. Moisés- 2 Co 3.13-14)

Aprender a confrontar o mal que sempre se esconde em nós


D. Rejeição da inveja 


A disputa dos discípulos: Proeminência  (Mc 10.41) 


Reconhecer que nossos desejos não são sempre puros – queremos prioridade.


Concentrar-se no desenvolvimento de seus próprios recursos


E. Rejeição da maledicência – Pecado da língua, expressão do coração


Recusar afirmações sem saber se são verdadeiras

Recusar comentários sobre outros, mesmo verdadeiros, se não servem para edificação.

Recusar comentários sobre o outro quando ele não pode se defender.

Perguntar a si mesmo se é necessário fazer qualquer comentário sobre a situação. 

Ter a preocupação de construir e não destruir.


2. Desejar alimento para o crescimento.Desejai ardentemente, com crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual. Para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação.” (1 Pe 2.2) 

Disposição interior para ir em direção as coisas de Deus. Existe sempre o risco da igreja de querer firmar o novo convertido em lazer e festa na igreja, ao invés de firmá-lo na Palavra. “O grande erro da igreja é descansar na conversão e não buscar esse revestimento do poder do alto”. 


A. O Poder da Palavra para santificar – Leite espiritual, não adulterado. O primeiro reflexo da criança é o da sucção. Este deve ser o impulso natural daquele que nasceu de novo.


Ou a palavra te afasta do pecado ou o pecado te afasta da Palavra

“Santifica-os na Palavra, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17)


2. A Palavra e seu poder para crescimento (1 Pe 2.2)

O que gera apetite? 

a. A experiência com Deus  (1 Pe 2.3) “Se é que já tendes experiência”. É impossível fazer o morto reagir, assim como existe uma incapacidade biológica de fazer andar quem ainda não nasceu. A maior motivação para o crescimento é a experiência pessoal com Deus. Quem não teve a experiência da salvação, não sente impulso para se aproximar de Deus, porque a sua natureza ainda é entregue aos impulsos e às paixões (1 Pe 1.14)

b. A Bondade do Senhor –Se é que já tendes experiencia de que o Senhor é bondoso.” (1 Pe 2.3) ver ainda Rm 2.4: “A bondade de Deus é quem te conduz ao arrependimento.”

c. A intimidade de Jesus Chegando-vos para ele, a pedra que vive” vs. 4

d. O relacionamento com o povo de Deus – “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual.” (1 Pe 2.4-5) Nós fazemos parte de um edifício, do qual Cristo é a principal pedra.



 


Samuel  Vieira

CTK- Boston, Fev. 2002

Anapolis, Maio 2022





O Senhor não fará mal nem bem

 



Nessa época vasculharei Jerusalém com lamparinas e castigarei os que são complacentes, que são como vinho envelhecido, deixado com os seus resíduos, que pensam: ‘O Senhor nada fará, nem bem nem mal’.” Sf 1.12

O livro de Sofonias é chamado de “O livro do Dia da Ira do Senhor”, por causa de sua forte ênfase no julgamento. As pessoas andavam despreocupadas e desatentas, e muitos até mesmo diziam que não precisavam ter medo, porque Deus estava alheio a tudo que acontecia na terra. Deus era indiferente e apático. 

Deus então alerta o povo. A idolatria e o luxo estavam controlando seus corações, e uma nova oportunidade lhes é dada, um tempo de arrependimento, um tempo de renovo. O povo se tornou muito orgulhoso e se esqueceu do Senhor, e ele alerta contra a cidade que exultava, dizendo para si mesma: "Eu, e mais ninguém” (Sf 2.15). Deus afirma que o seu juízo estava próximo.

A mesma mensagem do profeta é atualizada hoje. Temos uma coração predisposto à independência de Deus, de construir uma vida sem considerar seus caminhos. Precisamos lembrar do desejo de Deus em nos trazer para perto, para reconstruir nossa história. Deus sempre procura nos atrair para ele, para nos renovar, nos perdoar. Mas isto não acontecerá sem que entendamos a realidade de nosso pecado, e voltemos. Queremos transformação sem arrependimento, benção sem o abençoador, e isto não acontecerá. A vitória virá com arrependimento e obediência,

Andando com Cristo

 



Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus,  o Senhor, assim continuem a viver nele” (Col 2.6)

A vida cristã não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona. Portanto, ela não acaba rápido, não é questão de velocidade, é questão de ritmo. É necessário estabilidade, perseverança, resiliência. Muitas vezes achamos que a jornada é longa demais, e que não teremos a resistência, mas encontramos forças e a terminamos. Para vencer a maratona, é importante começar bem, mas não podemos esmorecer no meio do caminho, afinal, só “aquele que perseverar até o fim, este será salvo”. 

Então, como recebemos a Cristo, é necessário continuar nele. São muitos os que desanimam, se frustram, se escandalizam e param no meio do caminho. A jornada fica incompleta. Não podemos parar. Jesus advertiu que “os cuidados do mundo e a fascinação da riqueza”, seriam dois inimigos perigosos, porque nos distraímos com eles, começamos a olhar para os lados e não para o fim, esquecemo-nos do chamado cristão e das promessas gloriosas da eternidade. Nos distraímos e nos esquecemos da carreira proposta por Deus e tropeçamos.

O primeiro passo é receber a Cristo. Ponto de partida. A largada inicial. A carreira não pode acontecer sem que recebamos a Cristo. Mas é necessário continuar a viver nele, até o fim. Nosso alvo é Cristo! A coroa de glória que ele dá a todos os vencedores. Portanto, não podemos desanimar!

Portanto, sede firmes e inabaláveis, e sempre constantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58)

Proteja sua mente




Davi foi um homem muito usado por Deus para compor belíssimos Salmos. 

No Sl 140.7 Davi glorifica a Deus por algo maravilhoso que Deus fizera em sua vida: “Tu me protegeste a cabeça no dia da batalha.

Davi era guerreiro e sabia muito bem o o que significava ser atingido na cabeça num campo de guerra. Uma espada, uma flecha ou qualquer objeto batido na fronte do inimigo era fatal, por isto guerreiros usavam capacetes para proteger esta área sensível do corpo quando iam às batalhas.

Precisamos estar com nossa mente protegida. Não podemos nos descuidar. Um pensamento, um sentimento, um comentário maldoso acerca de nós no dia em que se travam as mais duras lutas, pode ser fatal. Muitos caem porque a mente é atingida de forma mortal. Não protegeram seus pensamentos no dia da batalha.

Paulo nos ensina a usar “o capacete da salvação” para vencer o inimigo (Ef 6.17). O propósito é claro. A mente é o campo no qual satanás atinge mortalmente os filhos de Deus. Quando passam por tristezas e grandes tribulações, um dos primeiros pensamentos que nos vem é de que não somos realmente filhos de Deus. Afinal, se ele permite que soframos tanto, então não devemos ser amados dEle. Nossa mente pode ser atingida mortalmente quando tais pensamentos dominam nossa mente.

Satanás usou esta estratégia com Jesus, questionando seu relacionamento com o Pai. “Se és Filho de Deus...” Ele não obteve sucesso porque a mente de Jesus estava protegida, ele não permitiu que esta suspeita entrasse em seu coração e não duvidou de sua relação de amor com o Pai. A mesma arma foi usada em Adão e Eva, e eles não conseguiram se defender. Tiveram dúvidas e falharam.

Se hoje é dia de paz para você – prepara-te para a guerra! Não permita que sua mente fique desprotegida e assim se torne alvo fácil do inimigo no dia da batalha. Nossa mente é um campo de guerra. Dentro de nós é que os pensamentos, emoções, vontade e percepções agem para nossa vitória ou derrota.

Nossa mente precisa estar protegida!