quinta-feira, 5 de julho de 2018

Praga de mãe pega?




Cresci num ambiente familiar no qual fomos educados a pedir benção aos nossos pais, avós, pastores, professores, tios e afins. Na verdade repetíamos mecanicamente a expressão “bença”, e eles respondiam “bençoi”. Não sei se sabíamos qual o significado do que dizíamos, e nem se as pessoas que nos respondiam sabiam o que estavam dizendo e porque estavam dizendo. Tudo era automático.

Um determinado dia comecei a estudar o significado da palavra “abençoar”, e descobri que ela vem do latim “benedicte”, ou “benedicere”, que literalmente significa, “afirmar o outro”, uma forma de dizer “eu reconheço seu valor” ou “você é alguém que me dá alegria”. Uma afirmação muito significativa.

Por duas vezes Deus fez isto publicamente com seu Filho Jesus, e estas foram as únicas palavras ditas por Deus de forma audível a Jesus no seu ministério terreno. Uma aconteceu durante o seu batismo e outra na transfiguração. Em ambas disse: “Este é o meu filho amado em quem eu tenho prazer”.

Poucas coisas são tão significativas para o ser humano quanto estas palavras ditas sinceramente. Filhos carecem desta afirmação dos pais. E parece que quanto mais o tempo vai passando, mais estas palavras se tornam valorosas aos filhos, independentemente da idade, por incrível que pareça.

Já ouviram a afirmação “praga de mãe pega!”. Isto é, quando mãe diz algo ruim ao filho (a) isto acontece. Felizmente esta afirmação não é verdadeira, pois a Bíblia afirma: “Como um pássaro que foge, como a andorinha no seu voo, assim, a maldição sem causa não se cumpre” (Pv 26.2).

Jogar praga é o contrário de abençoar. É negar o outro. É deixar de afirmar o valor do outro, deixar de apreciar e reconhecer. Infelizmente fazemos isto sempre quando nos irritamos. “Você é um estorvo! Você é um fracasso! Você só me dá aborrecimento! Estou cheio de você! Você sempre traz problemas”. Lares estão cheios de palavras negativas. Da atitude de negação. Da anti-benção!

Praga de mãe não pega! Mas a palavra sem benção, os estereótipos, a acusação, a negação do outro, sempre fragilizam e debilitam nossa personalidade. Isto sim, pega!  

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