Cresci num ambiente familiar no qual fomos educados a pedir
benção aos nossos pais, avós, pastores, professores, tios e afins. Na verdade
repetíamos mecanicamente a expressão “bença”, e eles respondiam “bençoi”. Não
sei se sabíamos qual o significado do que dizíamos, e nem se as pessoas que nos
respondiam sabiam o que estavam dizendo e porque estavam dizendo. Tudo era
automático.
Um determinado dia comecei a estudar o significado da
palavra “abençoar”, e descobri que ela vem do latim “benedicte”, ou “benedicere”,
que literalmente significa, “afirmar
o outro”, uma forma de dizer “eu
reconheço seu valor” ou “você é
alguém que me dá alegria”. Uma afirmação muito significativa.
Por duas vezes Deus fez isto publicamente com seu Filho
Jesus, e estas foram as únicas palavras ditas por Deus de forma audível a Jesus
no seu ministério terreno. Uma aconteceu durante o seu batismo e outra na
transfiguração. Em ambas disse: “Este é o
meu filho amado em quem eu tenho prazer”.
Poucas coisas são tão significativas para o ser humano
quanto estas palavras ditas sinceramente. Filhos carecem desta afirmação dos
pais. E parece que quanto mais o tempo vai passando, mais estas palavras se
tornam valorosas aos filhos, independentemente da idade, por incrível que
pareça.
Já ouviram a afirmação “praga de mãe pega!”. Isto é, quando
mãe diz algo ruim ao filho (a) isto acontece. Felizmente esta afirmação não é
verdadeira, pois a Bíblia afirma: “Como
um pássaro que foge, como a andorinha no seu voo, assim, a maldição sem causa
não se cumpre” (Pv 26.2).
Jogar praga é o contrário de abençoar. É negar o outro. É
deixar de afirmar o valor do outro, deixar de apreciar e reconhecer.
Infelizmente fazemos isto sempre quando nos irritamos. “Você é um estorvo! Você
é um fracasso! Você só me dá aborrecimento! Estou cheio de você! Você sempre
traz problemas”. Lares estão cheios de palavras negativas. Da atitude de
negação. Da anti-benção!
Praga de mãe não pega! Mas a palavra sem benção, os
estereótipos, a acusação, a negação do outro, sempre fragilizam e debilitam
nossa personalidade. Isto sim, pega!