Recentemente visitei um empresário e depois de um produtivo
e abençoado encontro, sua irmã entrou no escritório e num daqueles momentos
entre o café e a água, sem explicar a conexão e o motivo da sua palavra me
disse diretamente: “pastor, não tenha pressa. Espere o momento de Deus”.
Fiquei refletindo nisto. Por que, de forma quase mística,
ela me fez esta afirmação? Deus estava querendo me dizer algo? Curiosamente estava
vivendo naqueles dias um tempo de grande inquietação e senso de urgência, que agitava
o meu coração.
Estudando os livros de Neemias e Esdras, observei que quando
o rei da Pérsia, autorizou o retorno do povo exilado a Jerusalém, para
reconstruir o templo, levantaram-se adversários que enviaram cartas, nos dias
de Artaxerxes I para que suspendesse as obras, acusando o povo de estar
conspirando contra o império. Diante desta acusação, a obra foi de fato
interrompida.
A Bíblia não registra quanto tempo, mas comentaristas
afirmam que foram cerca de 18 anos de interrupção. Imagine um projeto de sua
curta vida sendo interrompido por 18 anos... Qualquer um de nós, certamente
morreria de impaciência e agonia... Entretanto, a obra voltou a seu curso, com
novos agentes históricos, um novo momento e um novo rei, e finalmente foi concluída.
Deus tem propósitos, intenções e tempos que não necessariamente
são compatíveis com nosso senso de urgência e imediatismo. Ele fará as coisas,
no seu tempo.
Muitas vezes oramos, e queremos que as coisas aconteçam
imediatamente, contudo Deus possui um relógio que opera em outro diapasão. “Os dons e vocação de Deus são irrevogáveis”
(Rm 11.29), mas o tempo de Deus badala de forma diferente. “Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam
demorada”.
A espera, muitas vezes, é aparentemente desproposital. Nestas
horas pensamos: “Por que o Senhor demora tanto?”. Porém, no seu tempo, no seu
cronograma, Deus executará o seu querer, de acordo com seus planos.
Portanto, espera nEle...
Samuel vieira
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