terça-feira, 29 de maio de 2018

Os céus proclamam


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Determinados textos das Escrituras Sagradas tendem a se tornar tão rotineiros que corremos o risco de nos acostumarmos com eles e perdermos a admiração pelo seu conteúdo. É o que os estudiosos bíblicos chamam de “dessacralização do Sagrado”. Quando isto acontece, perdemos a capacidade de nos impressionar com verdades maravilhosas e transformadoras.

Pensem na conhecida afirmação do Sl 19.1: “Os céus proclamam a glória de Deus”. Você já se admirou com esta expressão? Você consegue entender as verdades nela expressa?

O texto continua: “O firmamento anuncia as obras de suas mãos”. O que este texto afirmar é que toda a natureza é um arauto divino, toda ela deseja proclamar os atos poderosos de Deus, falar de alguém que está acima de tudo e todos. Anunciar o seu Criador.

O Pe. Antonio Vieira proferiu seu conhecido Sermão da Sexagésima na proferido na Capela Real de Lisboa, em 1655, no qual afirma: “O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador, deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas palavras do Céu? As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está brando, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite”.

Por ser um pregador tão eficaz, Paulo afirmou: “os atributos invisíveis de Deus assim como a sua própria divindade e seu eterno poder são claramente discernidos desde o princípio por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isto indesculpáveis” (Rm 1.20).

A criação aponta para Deus e anuncia o seu criador. Ninguém poderá se desculpar no dia do juízo afirmando que não conheceu a Deus. Até a própria natureza vai depor contra tal argumento.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Quando o coração se desvia


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Quando o coração se desvia

Quando Estevão, o primeiro mártir da história pregou o sermão mais longo do livro de Atos, ele fez uma declaração importante sobre a apostasia do povo de Deus: “Nossos pais não quiseram obedecer a Deus; antes, o repeliram e, no seu coração, voltaram para o Egito” (At 7.39). Ele não diz que o povo voltou para o Egito, e sim que, o coração deles havia voltado. O problema não era o ato praticado, mas a disposição interna.

Na música Tomé da Fé, dos Vencedores por Cristo, vemos a seguinte questão: “O que fazer se o coração não consegue mais crer, o que sabe ser verdade?”. O grande ponto de convergência e divergência encontra-se exatamente no coração.

Quando o coração não vem, nada acontece. Ele serve como uma bússola para a vida. A  Bíblia afirma que “do coração procede todas as fontes da vida”, por isto ele deve ser protegido.

O problema muitas vezes não é o que fazemos, mas em que ponto está o coração. Podemos agir de forma mecânica, automática, religiosa, sem que o coração esteja presente. “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe”. Podemos ainda não fazer nada, mas o coração já estar longe. O povo de Deus não havia voltado literalmente, mas “no seu coração, voltaram para o Egito”. O que tinha acontecido interiormente era o problema, não seus atos.

Precisamos guardar o coração do auto engano, do distanciamento, da frieza, da indiferença. É fácil sair do diapasão divino, é fácil se afastar, é fácil voltar ao Egito, sem sequer ter chegado na fronteira geográfica da terra que se opõe a Deus.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Afinal, quem é Jesus?


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Logo após a execução de João Batista, Jesus convidou seus discípulos a fazerem um retiro espiritual. A forma brutal como tudo aconteceu e os motivos fúteis da execução certamente causaram grande impacto nas emoções dos discípulos e do próprio Jesus, que decide falar de forma mais clara sobre o papel de João Batista nos eventos da redenção. Jesus então convidou seus discípulos a se afastarem um pouco mais da zona do conflito, levando-os às regiões de Cesareia de Filipe, que fica quase na fronteira com a Síria, ali, num retiro espiritual, Jesus lhes pergunta: “Que dizem os homens sobre o Filho do Homem?”.

A pergunta de Jesus é: “Vocês de fato sabem quem de fato eu sou?” ou, de forma mais direta: “Vocês sabem qual é o projeto para o qual tem sido chamados?”.

As opiniões populares sobre Jesus foram dadas pelos próprios discípulos: “Uns dizem João Batista, outros Elias, outros Jeremias, ou algum dos profetas”. Jesus então lhes pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”

Jesus sabia que era muito importante que eles soubessem sobre sua identidade. Pedro então responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo”. Ao afirmar que Jesus era o Messias, Pedro afirma corajosamente que Jesus era o cumprimento de todas as predições proféticas feitas pelo Antigo Testamento. Existem cerca de 600 profecias messiânicas e Jesus era o cumprimento de tudo aquilo que Deus prometera. Ao afirmar que Jesus era o Filho do Deus vivo, ele ultrapassa os limites do conhecimento rabínico, chegando à esfera bem mais nebulosa e poderosa: Sua identidade de natureza divina. Jesus era Deus encarnado.

Jesus apreciou a resposta de Pedro afirmando que ele só poderia ter feito tal afirmação por uma revelação especial do Pai. Ele não poderia chegar a esta conclusão por elucubração teológica ou filosófica. Deus lhe havia revelado. O que importava para Jesus, não eram as respostas vagas do pensamento popular, mas o que os seus discípulos achavam dele.

A Mesma pergunta precisa ser atualizada hoje. Qual é o seu conceito sobre Jesus? Você já entendeu que ele é o Messias, o Filho do Deus vivo?

Rev. Samuel Vieira