Você tem conversado ultimamente
consigo mesmo?
A ideia de meditação tem sido
muito explorada pelas religiões ocidentais como o Hindu, xintoísmo e zen-budismo.
Meditar é ruminar, trazer a tona pensamentos e ideias, refletir, avaliar,
considerar. Kierkegaard afirma que “a vida não avaliada não é digna de ser
vivida”. Precisamos dar tempo para ouvir a voz interior, o coração, sonhos e
dores.
O salmista afirma: “Bendize oh
minha alma ao Senhor!”. Com quem ele está falando? Consigo mesmo. É como se a
alma dele precisava ouvir, dele mesmo, alguma coisa que estava sendo esquecida.
Por isto ele a relembra. Ele fala com sua alma. Noutro texto dos salmos ainda
lemos: “Por que estás abatida oh minha alma? Espera em Deus, pois ainda o
louvarei”. Mais uma vez, ele está conversando consigo mesmo. Sua alma estava
abatida, e ele tenta entender os motivos de sua tristeza e angústia. Quer entender
porque se sente tão deprimido.
Eventualmente precisamos fazer
isto. Refletir, considerar, pensar... Os motivos, sentimentos, valores estão indo
na direção correta? Entrar em contato com seu próprio coração. Perguntar-se.
Apesar de ser uma disciplina
esquecida entre os cristãos, ele faz parte da tradição judaica. Existe uma
pequena diferença entre meditar e orar. Meditar, é uma volta ao interior, ao
íntimo. Orar, é sair de si mesmo, em direção ao Eterno, Àquele que ouve nosso
gemido e conhece nossa identidade e lamento. Precisamos de ambas. Neste
sentido, a tradição cristã torna-se muito mais rica que a budista. Não apenas
refletir, dialogar com seu interior, mas sair de si mesmo em direção ao Outro.
As duas práticas devocionais são necessárias
e relevantes, principalmente entre nós que somos tão agitados e preocupados.
Pergunte a si mesmo: “Por que estás abatida, oh minha alma”, mas considere também
conversar com Deus: “Ao Senhor clamo, oh Deus, ouve a minha oração”. Estas duas
abas da devoção, tornam-se poderosas para nossa serenidade e equilíbrio interior.
Rev. Samuel Vieira
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