segunda-feira, 21 de março de 2016

A Deus seja a glória

Em Rm 11.36 lemos o seguinte: “Porque dele, e por meio dele, e para ele, são todas as coisas. A ele pois, a glória eternamente, amém!”

Há sempre dois riscos quando se pensa na soberania de Deus.

De um lado, o perigo de excluirmos Deus das coisas, como arrogantemente declarou Tales Alvarenga na Revista Veja de 19.11.2005, logo após o fatídico tsunami que devastou a Ásia. “Se existir, Deus não interfere nunca”.

Por outro lado, há outro perigo: incluir Deus em tudo, afirmando que toda tragédia é castigo de Deus. Esta pergunta estava na mente dos discípulos quando lhes perguntou: “Quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego? E Jesus respondeu: Nem ele, nem seus pais, mas é para que nele se manifesta a glória de Deus”. A morte dos filhos de Jó não foram causadas por Deus. Muitas tragédias são causadas pela ambição humana, o pecado, agressão à natureza e pelo diabo.

Em Rm 11.36 observamos três princípios:

A.      A Vontade Soberana de Deus – “Porque dele são todas as coisas”. Tudo vem de Deus. Procedência. Ele é a fonte de todas as coisas. Princípio, meio e fim; Alfa e Ômega.

B.      A Atividade Soberana de Deus “Por meio dele, (...) são todas as coisas”. Processo. Nada se executa sem a ação de Deus;

C.      A Glória Soberana de Deus“Para ele, são todas as coisas”. Propósito. A Natureza, o ser humano, o microcosmo e o macrocosmo, tudo é para ele.


Como diz o nosso catecismo: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. A Ele, pois, seja a glória eternamente, Amém!  

quinta-feira, 10 de março de 2016

Um lugar seguro

Sempre que um alerta de tsunami é dado nas cidades litorâneas do Japão, as pessoas correm para os lugares mais altos buscando um lugar onde possam se abrigar. O mesmo se dá nas escolas americanas, como as construções são feitas de material que facilmente se incendeia, as crianças são ensinadas a formarem uma fila rápida e ordeiramente, para saírem imediatamente do prédio. Para checar se estão realmente entendendo a mensagem, todos os anos existe um alarme falso, em hora e dia em que não esperam e este treinamento todos anos salva muitas vidas.

Recentemente o Brasil começou a adotar sistemas de radares e alarmes em regiões de risco de deslizamento nas periferias e morros das grandes cidades. O teste já está sendo feito e consiste em um sistema que Rev. ela movimentos incomuns na encosta dos morros, com um alarme para que as pessoas deixem imediatamente suas casas e escapem com vida destas tragédias que acontecem todos os verões.

Da mesma maneira, precisamos de um local seguro para nos escondermos. O Salmista diz: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”. Na hora da aflição, medo, ansiedade e angústia, existe um lugar de paz e descanso. Jesus prometeu isto aos seus discípulos: “Vinde a mim, todos vós cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós a minha canga, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas”.

Que bom termos estes lugares onde podemos nos abrigar as tempestades e tragédias da caminhada humana. Que bom encontrar este lugar seguro!

Rev.  Samuel Vieira


quinta-feira, 3 de março de 2016

Solilóquio

Você tem conversado ultimamente consigo mesmo?

A ideia de meditação tem sido muito explorada pelas religiões ocidentais como o Hindu, xintoísmo e zen-budismo. Meditar é ruminar, trazer a tona pensamentos e ideias, refletir, avaliar, considerar. Kierkegaard afirma que “a vida não avaliada não é digna de ser vivida”. Precisamos dar tempo para ouvir a voz interior, o coração, sonhos e dores.

O salmista afirma: “Bendize oh minha alma ao Senhor!”. Com quem ele está falando? Consigo mesmo. É como se a alma dele precisava ouvir, dele mesmo, alguma coisa que estava sendo esquecida. Por isto ele a relembra. Ele fala com sua alma. Noutro texto dos salmos ainda lemos: “Por que estás abatida oh minha alma? Espera em Deus, pois ainda o louvarei”. Mais uma vez, ele está conversando consigo mesmo. Sua alma estava abatida, e ele tenta entender os motivos de sua tristeza e angústia. Quer entender porque se sente tão deprimido.

Eventualmente precisamos fazer isto. Refletir, considerar, pensar... Os motivos, sentimentos, valores estão indo na direção correta? Entrar em contato com seu próprio coração. Perguntar-se.

Apesar de ser uma disciplina esquecida entre os cristãos, ele faz parte da tradição judaica. Existe uma pequena diferença entre meditar e orar. Meditar, é uma volta ao interior, ao íntimo. Orar, é sair de si mesmo, em direção ao Eterno, Àquele que ouve nosso gemido e conhece nossa identidade e lamento. Precisamos de ambas. Neste sentido, a tradição cristã torna-se muito mais rica que a budista. Não apenas refletir, dialogar com seu interior, mas sair de si mesmo em direção ao Outro.

As duas práticas devocionais são necessárias e relevantes, principalmente entre nós que somos tão agitados e preocupados. Pergunte a si mesmo: “Por que estás abatida, oh minha alma”, mas considere também conversar com Deus: “Ao Senhor clamo, oh Deus, ouve a minha oração”. Estas duas abas da devoção, tornam-se poderosas para nossa serenidade e equilíbrio interior.


Rev. Samuel Vieira