terça-feira, 24 de novembro de 2015

Ele é ele! (Jo 23.13)


No livro de Jó temos o grande desafio de decifrar a enigmática realidade da vida, quando ela não parece ter coerência, sentido ou propósito. Jó se debate em vão, indaga, questiona, perscruta. No entanto, Deus se mantem aparentemente silencioso e distante. Os golpes são duros e Jó tenta decifrar os acontecimentos, inutilmente.
No capitulo 23 ele se depara com a realidade de que Deus é Deus. Ele então afirma resignadamente: “mas, se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará” (Jó 23.23). Uma tradução livre afirma o seguinte: “Ele é ele!”
Esta é a grande verdade! Deus é Deus!
Ser Deus é ter o poder de exercer a liberdade de conduzir o universo da forma como deseja fazer. Apenas Deus é livre. Ele pode fazer o que bem quiser, e não tem que prestar contas disto a ninguém, porque ele, e apenas ele, é Deus! Se ele prometeu ele há de cumprir; se ele planejou, executará. “Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29). Ou como nos ensina a Palavra: “Se ele prometeu, ele há de cumprir, e se ele falou, é certo que fará”. Se ele não pudesse exercer sua liberdade e soberania plena, ele não seria Deus.
Nossos sentimentos em relação a este conceito podem variar do sublime encantamento e alegria: “É bom ter um deus providente e sabe que governa a história, e não a deixa ao acaso”, ou pode ser de  revolta, medo e angústia, afinal, “Quem Ele pensa que é?” No primeiro caso, isto é possível quando temos uma percepção de sua santidade, bondade e amor, e é maravilhoso saber que estamos nas mãos de um Deus, e não do humor das circunstâncias. No segundo, se a relação com Deus é de suspeita e desconfiança ficamos assustados imaginando o que alguém, com tamanho poder, pode fazer conosco.
A concepção que temos de Deus não muda quem ele é, mas nos muda radicalmente. Paz ou angústia, encantamento ou medo, alegria ou perplexidade, dependendo da concepção que temos de Deus.


Rev. Samuel Vieira