Muitos leitores e
estudiosos da Bíblia eventualmente se frustram ou desanimam quando lêem as
genealogias bíblicas. A leitura se torna enfadonha, cansativa e chata. Qual a
razão e valor destas narrativas nas Escrituras?
Primeiro, elas são
importantes porque nos fazem perceber que as ambigüidades e tensões antigas não
são muito diferentes das que hoje enfrentamos e demonstram a complexidade dos
relacionamentos. Tome, por exemplo, o livro de Crônicas:
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Calebe se casou com a viúva de seu pai (1 Cr 1.24).
Isto é um enorme escândalo! Imagine as fofocas, críticas e comentários que
surgiram por causa desta controversa atitude;
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O 2º filho de Davi, sucessor imediato na ausência de
Amnon, o primogênito, foi Daniel (1 Cr 3.1). Você, por acaso, já ouviu falar
deste jovem disputando o trono do Pai depois da morte de seu irmão? Apesar do
silêncio bíblico, podemos imaginar quantas indagações surgiram, mas parece que
Daniel era pacífico, não entrou na autofagia e luta pelo poder demonstrada
pelos demais irmãos.
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Acar trouxe desgraça sobre seu povo, por se envolver
com ocultismo (1 Cr 2.16). A atração das pessoas pelas coisas demoníacas sempre
existiu na história e também estavam presentes naqueles dias.
Segundo, a história
sagrada não é construída a partir de forças impessoais ou de idéias abstratas,
mas a partir de nomes – Esta afirmação foi feita por Eugene Peterson. “Não há
verdadeiro relato histórico sem menção de nomes. Isto chama a atenção para o
indivíduo, o peculiar, o pessoal, o que é inerente em toda espiritualidade”. O
Deus da Bíblia se identifica como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. A história
sagrada nos fala de um Deus relacional, que se articula a partir de nome de
pessoas com suas individualidades.
3. Todos os
personagens são transitórios – A insistência dos textos em afirmar que eles
morreram é repetitiva e enfática. Certa pessoa se converteu ao ler estes textos
e pensar sobre si mesmo: “Eu também tenho uma existência passageira. Não posso
me esquecer disto!”
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