quarta-feira, 6 de março de 2013

Com os olhos da fé




Sempre considerei importante ler a Bíblia em versões diferentes, porque nos ajuda a enxergar as mesmas verdades por ângulos diferentes. Quando muda-se a linguagem e a terminologia, e novos vocabulários são utilizados, podemos eventualmente até mesmo nos assustar quando acessamos velhos e conhecidos textos.
Em Josué 23.4, lemos: “Eu distribui entre as tribos, para serem propriedade delas, as terras das nações que ainda não foram conquistadas”.
Fiquei refletindo sobre esta palavra. Ao fazer a divisão das terras entre as tribos, Josué não considera apenas as já conquistadas, mas considera reais, as que ainda serão alcançadas, pois já haviam sido prometidas por Deus.
Tal é a natureza da fé. Ela não parte do pressuposto daquilo que já possui, mas vislumbra aquilo que ainda é prometido, tendo a compreensão de que o que ainda não existe, já é uma realidade. Fé, como a visão, é a antecipação do futuro. Consegue se assenhorear daquilo que ainda não é, mas dialeticamente, é!
Josué distribui terras que ainda estavam sob o domínio de outras nações. Seus olhos contemplam possibilidades, e não apenas realidades. Josué se nutre não apenas da história, mas da utopia inerente à esperança.
Na hora de repartir as terras, poderia acontecer de alguém questionar este critério: “Ok, Josué, você está nos dando algo que ainda não existe?” e sua resposta seria: “Esta terra já é nossa, ou você dúvida disto?”
Tal é natureza da fé, antecipa-se e constrói o futuro.

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