Dentre as muitas
narrativas sobre a vida do rei Davi, uma é pouco conhecida. Trata-se de sua
experiência de receber uma exortação de um profeta dizendo que ele deveria ir
até a fazenda de Araúna, no local em que ele costumava malhar trigo, e ali
oferecer um altar para o Senhor, para que a ira de Deus se retirasse de Israel
.
Davi então obedece e
se dirige ao local indicado, e quando Araúna vê Davi chegando com sua comitiva,
e ao saber das suas intenções, coloca sua lenha, terreiro e bois à disposição
do rei para as oferendas, mas Davi se recusa alegando que não oferecia ao
Senhor, sacrifícios que não lhe custavam nada.
Davi demonstra que
precisava pagar o preço se desejasse ofertar algo a Deus. Este é um grande
desafio para nossas vidas. Queremos uma fé que não custe nada, que não exija
nada, queremos um discipulado sem compromisso, que não nos tire de nossa zona
de conforto e desejamos uma graça barata. Queremos adorar a Deus, desde que
isto não nos desafie nem nos incomode. Palavras como sacrifício, obediência,
compromisso e santidade são facilmente descartadas. Queremos as bençãos de Deus
e os favores que dele podemos receber, nosso vínculo porém deve ser
superficial. Não queremos pagar nenhum preço... queremos uma fé que não nos
custe nada!
Enquanto Davi se
recusa ao culto barato, sem doação de si mesmo, estamos querendo o contrário.
Por isto temos muitos que desejam um discipulado cristão estabelecendo as
regras do discipulado. “Vou seguir a Jesus assim...” Afinal, quem estabelece as
condições? Deus ou os homens? Jesus foi claro: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, e siga-me!”. As
condições são claras: Ele estabelece o custo e diz o preço, e nós, aceitamos ou
rejeitamos suas condições.
Quanto do seu tempo e
das suas prioridades, dos seus talentos e dons, dos seus recursos e dinheiro,
você tem dado “sacrificialmente” a Cristo? Você já trouxe a Deus uma oferta que
você surpreendentemente generosa? Já se dispôs a se envolver num ministério, ou
num departamento da igreja, mesmo que isto o obrigue a deixar alguma atividade
ou entretenimento?
O princípio é simples
e radical: “Fé que não custa nada... não vale nada!”