segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Contentamento

Estudiosos do comportamento humano chegaram à conclusão de que o apóstolo Paulo teria sido o homem mais feliz da terra, por causa de uma declaração que fez sobre seu estado de espírito: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Viver com quase nada ou tendo tudo” (Fp 4.11-12).
Não é fácil viver com contentamento no coração. São muitos os dissabores da vida, muitas situações conflitivas e facilmente nos tornamos murmuradores, descontentes ou amargos. Já vi muitos que não sabem lidar com a abundância. Quando começam a prosperar, tornam-se competitivos, agressivos e ansiosos pelos bens que possuem e quase não tem condições emocionais de desfrutar da prosperidade que alcança. Não é raro vermos pessoas que podem trocar o carro todo ano, fazerem as viagens que quiserem, irem a caros restaurantes, mas são desprovidas de alegria interior. São capazes de voltar de um suntuoso cruzeiro e estarem com suas almas em frangalhos, vivendo num “desespero silencioso”(Thoreau).
Muitos não sabem encontrar contentamento quando enfrentam situações de pobreza ou escassez, ou quando atravessam períodos difíceis da vida. Não estou falando de ficar feliz com a dor em si, mas no meio da tristeza, encontrar significados e valores maiores. Por não conseguirem lidar com a perda, a doença e a dor, começam a blasfemar e a maldizer. Não conseguem viver contentes.
O Segredo
Só existe um meio de experimentar contentamento: Nossa alegria deve ser encontrada em Deus. Se dependermos das circunstâncias ou situações agradáveis ou negativas, seremos escravizados pelo vaivém das próprias condições da vida. Paulo afirma que “aprendeu a viver contente”. Não diz que viver desta forma era algo natural, que ele trouxera no seu DNA ou no seu temperamento, pelo contrário, afirma ter aprendido a viver assim.
Seu contentamento estava em Deus. Aprendeu a viver acima das circunstâncias porque orientava sua vida em alguém que vivia acima das variações humanas. Ao entender que sua vida estava nas mãos de Deus, aprendeu a descansar. Por isto declarou: “Tudo posso naquele que me fortalece”.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Instituição ou Relação?

Não é raro encontramos casais vivendo juntos longos anos, tendo vida compartilhada, finanças em conjunto, criando filhos, mas que deliberadamente decide não se casar ou estabelecer qualquer vínculo oficial, seja ele civil ou religioso. Li até um comentário que dizia: “Vivemos juntos e felizes por 25 anos, e depois nos separamos”. E o interlocutor pergunta: “Por que se separaram?”. A resposta foi: “Decidimos nos casar!”
Muitos insistem em não se casar porque acreditam que o casamento, enquanto instituição, é muito complicado. O que a maioria não entende, é que viver juntos, cria vínculos legais e de direito, gera envolvimentos afetivos e compromissos emocionais, quer queiramos ou quer saibamos ou não destes fatos. Numa eventual separação, existem indenizações e compensações claramente previstas pela lei, e dores emocionais.
Por outro lado, ao contrário do pensamos, o problema não é a instituição, mas a relação. Um casamento não é mais nem menos complicado que a relação de amasiado. O problema não é o casamento em si, e as coisas não se tornam difíceis porque se tem um papel, mas porque é realmente difícil viver junto... Isto se dá por causa de nossa complexa natureza e pela tendência que temos em exacerbar nosso narcisismo, egocentrismo e individualismo. O grande desafio tem a ver com aquilo que somos, o nosso jeito de agir e pensar, isto complica grandemente a caminhada a dois. Duas pessoas vivendo juntas, com ou sem a formalidade da instituição, tem o grande desafio da abnegação, entrega e liberalidade, afinal, possuem formação social e cultural diferentes, personalidades e hábitos distintos, o que é um grande potencial de desagregação. Manter um relacionamento funcionando a contento exige disposição diária de perdão e diálogo.
Dan Doriani afirma que “a tendência para desapaixonar é tão forte, que os psicólogos dizem que devemos ver uma boda de ouro como veríamos um cachorro andando com duas pernas. Não devemos avaliar se foi bem feito, mas nos admirar que tenha sido feito”.
Ao contrário do que podemos pensar, não é a instituição que dificulta a caminhada de um homem com uma mulher, mas a indisposição em querer cultivar tal relacionamento. A ruptura de um vínculo de casal, oficialmente casado ou não, é sempre complexa porque envolve quebra de sonhos, desmantelamento de projetos, rompimento quase sempre dolorido para uma das partes, e em alguns casos, para ambas as partes.
Por que tememos a institucionalização? Que mensagem ou que motivos nos levam a tal posição? O que ou a quem tememos? O que nos assusta? Talvez se encarássemos de forma honesta e profunda estas questões, sem acharmos de que trata de um discurso moralista ou legalista, poderíamos até continuar amasiados, mas responderíamos num nível mais profundo angústias e complexidades que precisam ser tratadas, e que se não forem, certamente vão aflorar na caminhada a dois.

Organizando o tempo

Um dos princípios fundamentais sobre este tema é que Tempo precisa ser planejado !
Grande parte das pessoas com sua vida financeira em ordem, só conseguiu vitória quando assentou e avaliou suas finanças, e isto só aconteceu ao descobrirem que não havia dinheiro para fazerem aquilo que precisavam fazer. O mesmo se dá com o tempo!
A vida de Jesus nos dá direções práticas sobre o uso de seu tempo, todos os evangelhos mostram quanta pressão demandas ele sofria: Cada palavra monitorada, cada ação analisada e cada gesto comentado. Jesus, na essência, não tinha vida privada. Imagine se Jesus vivessem em nossos dias: Telefones, campanhas, administração de recursos, mídia, internet, convenções, reuniões, etc. Como Jesus lidava com a questão do tempo?
Gordon MacDonald, faz as seguintes considerações:
1. Jesus claramente entendia sua missão - Quando vai a Jerusalém para participar da páscoa ele pára para curar o cego (apesar dos protestos das pessoas); Depois pára e gasta tempo com Zaqueu (a viagem para Jerusalém foi mais uma vez interrompida). Isto ele fazia porque sua missão estava clara (Lc. 19:10). Ele sabe o seu chamado. Se você não sabe em que porto quer chegar, todos os ventos lhe serão contrários.
2. Ele entendia seus limites – Ao assumir a humanidade, assumiu também suas limitações e viveu dentro delas. Durante trinta anos ele se silencia, preparando-se para seu ministério público. Jesus gasta toda a noite em oração diante de alguns grandes eventos. Ele sabe o que nós geralmente esquecemos: Precisamos de tempo para reunir forças interiores e compensar nossas fraquezas.
3. Ele gastou tempo para treinar os doze - Com milhões de pessoas para alcançar, ele poderia facilmente se perder nas atividades. Por isto organizou seu tempo com apenas alguns poucos, para falar de coisas celestiais. Ele priorizou aquilo que era essencial, para não se perder nas demandas do urgente.
Ao avaliarmos o que aconteceu no ano passado e projetarmos nossas atividades para o próximo ano, é bom considerar a forma como estamos usando nosso tempo.